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terça-feira, 28 de outubro de 2008

A qualidade de vida nas empresas

Ultimamente, muito se fala sobre qualidade nas empresas. Tem-se pedido “Qualidade” em todos setores e departamentos. É qualidade da produção, da marca, da imagem, dos processos, dos procedimentos e das condutas. Haja qualidade para tantos “surgimentos” que o mundo corporativo vem criando.
O dia-a-dia exige concentração total, decisões arriscadas que, muitas vezes, são tomadas de imediato e sob pressão. O medo de perder o emprego exige ações que não condizem com as verdadeiras atitudes e os pensamentos dos funcionários. Uma pesquisa realizada, recentemente, com 223 empresários de diversos setores pela “Boucinhas e Campos Consultores”, revelou que 34% dos entrevistados nunca praticaram esportes e que somente 14% possui alguma atividade esportiva diária. Outra questão respondida apontou que 59% dos empresários entrevistados dormem até 7 horas por noite.
Porém em relação às horas trabalhadas, o resultado é interessante e contrastante: 38% trabalham entre 10 e 12 horas, sendo que 14% chegam a trabalhar mais de 12 horas por dia. Um outro dado ilustra que 62% dos empresários entrevistados acreditam possuir uma alimentação balanceada, sendo que apenas 7% dos mesmos, possuem uma hora ou mais de refeição.
Essa pesquisa demonstra que o empresariado brasileiro dorme pouco, come mal e às pressas, além de não praticar esportes. Até pouco tempo atrás, as empresas não viam esse fato como um problema, acreditando que isso poderia “atrapalhar” apenas o próprio funcionário. Somente de uns anos pra cá, as empresas perceberam que a qualidade de vida dos funcionários está intimamente relacionada com o alcance dos objetivos da organização.
Segundo a psicóloga Ana Cristina Limongi, coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Gestão de Qualidade de Vida no Trabalho (USP), “qualidade de vida pode representar o resgate da valorização e da humanização da pessoa no trabalho, integrando todos os fatores críticos determinantes de uma boa gestão de pessoas. Esses fatores críticos são a política de qualidade de vida, a produtividade, a legitimidade, a liderança, a cultura organizacional e a rede de competências dos especialistas internos e externos à empresa, que são capazes de oferecer produtos e serviços que geram o bem-estar”.
Limongi acredita que essa preocupação com a qualidade de vida não é passageira, pois há uma crescente pressão da sociedade por melhores condições de vida, incluindo aí o trabalho.
Existem empresas que pensando nisso e verificando que existe um retorno financeiro em suas ações, promovem atitudes de melhoria na qualidade de vida dos seus funcionários. Estão investindo em espaços mais agradáveis, estimulando a prática de exercícios físicos entre os colaboradores e até realizando campanhas de combate ao alcoolismo e ao fumo. O importante nisso tudo é que haja um programa abrangente, que englobe essas atitudes, não permitindo que fiquem isoladas, sendo ações superficiais e descomprometidas, apenas por “estar na moda falar de qualidade de vida”. E diferente do que as empresas pensam, investir em qualidade de vida não é caro. O importante é não confundir ações práticas com consumismo, sofisticação e “imagem social” para vender seu produto. A questão está focada nos funcionários. A melhoria na qualidade da produção e na prestação de serviço é uma conseqüência natural.
Pequenos investimentos financeiros em saúde e segurança, benefícios, comunicação interna, além de gestão e certificação da qualidade têm contribuído para um acréscimo positivo na qualidade de vida dos funcionários. Um pequeno texto que há pouco circulou, em muitas caixas de e-mail, pelo mundo ilustrava dez pequenas atitudes pessoais que, em muito, e sem custo algum contribuem para a melhoria da qualidade de vida:
* Pensar positivo: não permitir que algo que saiu errado, no dia anterior, seja o primeiro tema do dia;
* Ser educado: cumprimentar todas as pessoas que lhe dirigirem o olhar;* Ser organizado: ser metódico ao abrir o armário, ao ligar o computador, ao guardar os papéis, ao passar as informações;
* Ser prevenido: não se deixar influenciar por informações erradas. Obtenha mais dados para um correto parecer sobre o assunto;
* Ser atencioso: dar atenção total a quem lhe procura, pois o mesmo deve estar precisando de sua ajuda e confia em você;
* Respeitar a saúde: não deixe de se alimentar. Respeite suas necessidades;* Cumprir o combinado: dentro do possível, tente sempre se organizar, tanto para o trabalho quanto para as atividades sociais. Evite trocar datas a todo o momento;* Ter paciência: exponha suas idéias sem medo, porém não desista ao primeiro “não” ouvido. Às vezes, o tempo poderá demonstrar que sua idéia é a mais apropriada. Saiba esperar;*Falar a verdade: não prometa o que está além do seu alcance;* Família e amigos: ao sair do trabalho, esqueça-o. Pense como é bom chegar em casa e rever a família e os amigos.
Lógico que nem sempre tudo isso é possível e muitos podem até achar que é um sonho, uma utopia ou que no seu escritório, isso não funciona. Mas, procure reler as dez dicas e verifique, uma a uma, se realmente é impossível ou se isso apenas não exige um pouco de vontade para querer mudar.
A qualidade de vida pode estar dentro de nós. A empresa pode contribuir muito, mas nada será se o próprio funcionário não buscar atitudes que influenciem sua própria qualidade de vida.
Todos têm muito a ganhar com isso.

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